Partenogeneses? Equipe acha primeira quimera humana

 

Equipe acha primeira quimera humana

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS E DA REPORTAGEM LOCAL

Cientistas demonstraram pela primeira vez a existência de uma quimera humana: um garoto de três anos e meio que tem células com origens genéticas diferentes. Algumas vêm apenas da mãe, e outras são resultado de fecundação entre óvulo e espermatozóide.
Todas as células costumam ser resultado da fusão de óvulo e espermatozóide. Na quimera, condição raríssima em mamíferos, ocorre mistura, num só organismo, de células de diferentes origens.
"O primeiro caso desse tipo (em seres humanos) é descrito por Lisa Strain e seus colegas", diz o cientista M. Azim Surani em comentário na última edição da revista "Nature Genetics.
Ele também começou a ser formado antes mesmo da entrada do espermatozóide no óvulo, por meio de um mecanismo conhecido como auto-ativação.
Esse mecanismo acontece num tipo de reprodução chamado partenogênese -ou reprodução sem sexo-, usado pelas abelhas-rainhas para produzir as operárias sem a participação do zangão.
Por isso, os cientistas britânicos dizem na "Nature Genetics" que F.D. é um caso único do que chamam "quimera partenogenética".
Devido à mistura celular, o garoto possui, por exemplo, células sanguíneas com o mesmo material genético da mãe, mas seus tendões têm células que mesclam material genético da mãe e do pai.
Segundo a equipe de Strain, o lado direito do rosto de F.D. é normal. Mas o lado esquerdo é deformado e assimétrico. Os cientistas dizem que ele parece ser canhoto.
Nascido de parto normal, o menino também demonstra ter um comportamento agressivo e dificuldades de aprendizado.
Os pesquisadores só conseguiram identificar a condição porque o garoto foi descrito como um caso de reversão de sexo: é um menino, mas células suas têm cromossomos sexuais femininos.
Os cientistas concluíram que o garoto só pode ter células com carga genética apenas materna se houver ocorrido a partenogênese. 

FONTE: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/10/06/brasil/31.html 

ACESSO 29 DE OUTUBRO DE 2024

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